sábado, 5 de junho de 2010

Deixa-me ir


Vais-me esfaqueando sem querer….o jacto de sangue que se vai espalhando pelas paredes formam poemas indefinidos….palavras sobrepostas que não fazem sentido nenhum.
Depois da última e derradeira facada….lanças-me ao chão com o simples baloiçar da tua mão gélida, o meu corpo cai desamparado…morto…vês-me chorar, não são lágrimas…é sangue….o meu corpo concedeu-me um último desejo…mostrar-te que mesmo depois de morto eu seria capaz de chorar por ti……
A minha alma tenta alcançar os céus… mas inexplicavelmente tu não a deixas partir….reténs a ultima coisa que me poderia afastar de ti….olhas no fundo dos meus olhos pálidos…pedes perdão…um perdão que saberás que já esta concedido desde sempre…choras, por mim…por ti…por nós… abraças-me com as poucas forças que te restam….tentas beijar-me…e desvio a minha cara….não porque não o queira também….mas para não sentires saudades do beijo verdadeiro que eu te proporcionaria.
Parto feliz…deixa-me ir….não te preocupes….o meu corpo, a minha alma, o meu olhar, o meu beijo…tudo te pertence….e estará a tua espera …Deixa-me ir…estarei a sempre a tua espera….
Um dia….100 anos…deixa-me ir …deixa-me ir….sê feliz…porque eu já sou….

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